QUALIDADE DE VIDA DOS PROFISSIONAIS DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19
Palavras-chave:
Qualidade de Vida, Profissionais da Saúde, Infecções por CoronavírusResumo
A pandemia de COVID-19 representa um grande desafio para gestores e profissionais de saúde. Além do aumento da demanda de trabalho, o uso de equipamentos desconfortáveis ou ausência deles, jornadas de trabalho longas e cansativas que impactam diretamente na qualidade de vida dos profissionais de saúde. Objetivo: Avaliar a qualidade de vida dos profissionais da saúde durante a pandemia da COVID-19 no Brasile verificar possíveis associações entre a qualidade de vida e as características sociodemográficas e profissionais. Material e Método: Estudo transversal. Foi incluído neste estudo os profissionais da saúde que atuaram ou atuam na linha de frente da pandemia da COVID-19 em hospitais públicos e privados, unidades da atenção primária e clínica privada, hospitais de campanha, além de profissionais que não tiveram contato direto com atendimento de pacientes infectados pela COVID-19. A amostra foi não probabilística do tipo bola de neve. Foram administrados o questionário de caracterização e o instrumento World Health Organization Quality of Life instrument - Abbreviated Version (WHOQOL-BREF). A coleta de dados foi on-line. Os questionários foram elaborados no Google Forms®. Inicialmente, o convite contendo o link da pesquisa foi enviado para a rede de contato dos pesquisadores por e-mail, além de grupos no Whatsapp® e mídias sociais. O estudo foi aprovado por um Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos e todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Análise foi realizada de maneira descritiva por meio de média e desvio padrão ou frequências absolutas e relativas e comparações dos escores do WHOQOL-BREF entre diferentes subgrupos da amostra foram realizadas por meio dos testes de Mann-Whitney e Correlação de Spearman. O nível de significância adotado foi de 0,05. Resultados: Foram entrevistados 196 profissionais de saúde, 78,2%do sexo feminino, envolvendo 19 Estados brasileiros. Quando analisado o local de trabalho, 41% trabalhavam na atenção primária a saúde. 47% eram enfermeiros e/ou técnicos de enfermagem, 32% tiveram redução salarial e 48,2% tinham mais de um vínculo empregatício. A média dos domínios do WHOQOL variou de 58,9 a 65,5, com menor média no domínio meio ambiente. Em relação as comparações dos escores do WHOQOL com as variáveis, foi identificada diferença significativa somente entre a o domínio qualidade de vida geral e sexo (p=0,19). Correlação negativa significativa entre a qualidade de vida geral e a carga horária semanal (ρ = -0,21, p = 0,002). Conclusão: Os profissionais de saúde apresentaram pior qualidade de vida em relação ao ambiente e a carga horária de trabalho semanal influenciou na qualidade de vida durante o período da pandemia. Implicações para a Enfermagem: Evidencia-se a necessidade de um olhar para criação de políticas/programas que invistam na saúde do trabalhador, principalmente da enfermagem.
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