ESTRESSE E SONO DOS PROFISSIONAIS BRASILEIROS DURANTE PANDEMIA DA COVID-19

Autores

  • Julianne Galvão de Oliveira galvaojulianne@gmail.com
  • Thamires Laet Cavalcanti e Silva thamireslaet@gmail.com
  • Noélle de Oliveira Freitas noelle.oliveira@prof.ung.br

Palavras-chave:

Infecções por Coronavírus, Estresse Ocupacional, Sono

Resumo

A pandemia da COVID-19 causou problemas de saúde pública mundial e provocou uma associação de estressores psicossociais nos profissionais de saúde. Objetivo: Avaliar o estresse ocupacional e padrão do sono dos profissionais da saúde durante a pandemia da COVID-19 no Brasil. Material e Método: Estudo transversal. Foram incluídos profissionais da saúde que atuaram ou não na linha de frente da pandemia da COVID-19 no Brasil. Os participantes foram convidados a acessar o link do Google Forms® contendo o questionário de caracterização, a Job Stress Scale-JSS e o Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh-PSQI. Os participantes foram convidados a repassar o link para outros profissionais gerando uma amostragem em bola de neve. Estudo aprovado por um Comitê de Ética em Pesquisa. Todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os dados foram analisados de maneira descritiva e as comparações dos escores dos instrumentos entre os subgrupos foram realizadas por meio de testes de comparação e correlação.  Resultados e Discussão: 198 profissionais da saúde, 78,2% do sexo feminino, 49,7% brancos, 41,1% atuavam na atenção primária, 54,3% estavam atuando na linha enfrentamento da COVID-19, 47% enfermeiros e/ou técnicos de enfermagem  e 20% fisioterapeutas. 33,5% foram remanejados para outro setor, 32% sofreram redução salarial durante a pandemia e 39,6% tiveram COVID-19. Os profissionais apresentaram nível de estresse com valores dos domínios da JSS acima da média. Houve diferença significativa nas dimensões de Demanda (p=0,046) e Controle (p=0,048) da JSS entre os profissionais que trabalharam ou não na linha de frente. Correlação significativa entre escores na dimensão de Demanda da JSS e a carga horária semanal (ρ=0,357, p<0,001). Os profissionais apresentaram média acima de 5 no PSQI [8,60 (DP=4,31)] o que indica que estão com grandes dificuldades em pelo menos dois  componentes  do  instrumento.  Identificada  associação  entre  a  qualidade  do  sono  e  nível de complexidade de atuação (atenção primária) (p=0,042), remanejamento do setor (p=0,013) e entre aqueles que tiveram COVID-19 (p=0,039). Correlação significativa entre a carga horária semanal e o PSQI (ρ=0,166, p= 0,040). Em contrapartida, os escores do PSQI não se mostraram significativamente associados a profissão (p = 0,111). Conclusão: A qualidade do sono e o estresse dos profissionais da saúde foram afetados, principalmente da equipe de enfermagem que contempla quase metade da amostra deste estudo. Compreende-se a necessidade de outros de estudos sobre sono e estresse ocupacional, pois podem interferir diretamente nas habilidades técnicas dos profissionais de saúde, bem como influenciar nas relações de trabalho e causar perdas relacionadas ao ato de cuidar. Implicações para a Enfermagem: O estudo aponta a necessidade de implementação de medidas para melhoria na qualidade do trabalho da equipe de enfermagem durante a pandemia da COVID-19.

Publicado

09-12-2021
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Como Citar

GALVÃO DE OLIVEIRA, J. .; CAVALCANTI E SILVA, T. L. .; OLIVEIRA FREITAS, N. de . ESTRESSE E SONO DOS PROFISSIONAIS BRASILEIROS DURANTE PANDEMIA DA COVID-19. Revista Remecs - Revista Multidisciplinar de Estudos Cientí­ficos em Saúde, [S. l.], p. 76, 2021. Disponível em: http://revistaremecs.com.br/index.php/remecs/article/view/728. Acesso em: 29 mar. 2024.