PRESENÇA DE METABÓLITOS SECUNDÁRIOS EM CONNARUS: REVISÃO TEÓRICA
DOI:
10.24281/rremecs.2019.05.08a10.Ijcbiomed.14Palavras-chave:
Plantas Medicinais, Cerrado, FitoquímicaResumo
Desde a formação das primeiras civilizações, plantas são utilizadas para alimentação, cura ou prevenção, sendo esta uma das práticas mais antigas realizada pela humanidade. O uso de espécies vegetais é tão antigo que são encontradas em referências bíblicas do antigo ao novo testamento, podendo ser citado como exemplo o aloés, o benjoim e a mirra. A partir do momento em que o homem descobre a sua capacidade de modificar o meio em que se encontra, esta passa a fazer também a utilização de plantas para fins medicinais. O cerrado possui uma extensa quantidade de plantas que são utilizadas com fins medicamentosos para as mais diversas enfermidades. Estas plantas produzem substâncias, os metabólitos secundários, que possuem propriedades para utilização de interesse farmacológico. A Connarus suberosus é uma planta nativa do cerrado brasileiro localizada na região do Brasil central e seus exemplares podem ser encontrados desde o estado do Maranhão até o estado do Paraná. Suas árvores possuem estatura média que variam entre 4 e 7 metros de altura e são comumente utilizadas para fins ornamentais ou produção de cortiça. Em estudos realizados em diferentes espécies vegetais de reservas legais do cerrado, destacaram-se importantes características do C. suberosus para o uso como atrativo da fauna e para fins artesanais. A fitoquímica desta planta ainda não foi descrita na literatura, mas dois grupos químicos foram identificados em análises laboratoriais prévias, as saponinas e os taninos. Conhecida com os nomes populares de cabelo-de-negro, galinha-choca, pau-ferro, dentre outros, recebe este nome devido a suas cascas que apresentam o súber como característica principal. Na descrição literária foram encontradas moléculas rapanona, bergenina e leucopelargonidina da raiz de outra espécie ligada ao mesmo gênero, C. monocarpos. Foram isolados também alcalóides das folhas de C. ferrugíneas e das folhas e frutos de C. panículas, além de glicosídeos do caule de C. microphyllus. A diversidade de substâncias bioativas indica a importância que a planta possui para o desenvolvimento de futuros fármacos e usos diversos da biodiversidade local. Contudo, deve-se lembrar que a presença de substâncias é influenciada pela forma de preparo e pela parte que será utilizada da planta, desta maneira, devendo-se seguir as instruções adotadas pelas comunidades que a utilizam para que se obtenham os efeitos esperados do medicamento natural. Caso haja variação das formas de preparo e dose, deve-se observar os efeitos farmacocinéticos e farmacodinâmicos para avaliar a toxicidade que podem acarretar problemas de saúde pública pelos usuários.
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