TUBERCULOSE NA POPULAÇÃO PRIVADA DE LIBERDADE EM UBERLÂNDIA-MG
DOI:
10.24281/rremecs.2018.09.15.saspnufu1.77.78Palavras-chave:
Tuberculose, População Privada de Liberdade, Vigilância EpidemiológicaResumo
Algumas populações apresentam maior risco de adoecimento por tuberculose, devido às condições de vida e saúde a que estão expostas, como é o caso da população privada de liberdade. O Brasil é um dos 22 países que concentram aproximadamente 80,0% da carga global dessa enfermidade e em 2017, registrou-se 69 mil casos novos de tuberculose em todo o país, sendo que 10,5% ocorreram nessa população. A estratégia mundial para o controle da tuberculose, proposta pela Organização Mundial da Saúde (OMS), denominada Stop TB, destaca em um dos seus componentes a necessidade de promover ações de controle da doença para as pessoas privadas de liberdade (PPL) pelo alto risco da infecção latente por Mycobacterium tuberculosis e do desenvolvimento da doença, sendo um grave problema de saúde pública nas instituições penitenciárias. Objetivo: Verificar a incidência de casos de Tuberculose na PPL no município de Uberlândia, MG, nos anos de 2016 e 2017. Método: Trata-se de um estudo transversal feito a partir dos registros de notificação compulsória da população desse município, contidos no banco de dados SINAN, no período de 2016 a 2017. Resultados: Segundo os dados extraídos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), em 2016 e 2017 foram notificados 275 casos de Tuberculose no município. Destes, 10% (n=27) casos foram diagnosticados na PPL, em 2016 (n=15) casos e em 2017 (n=12) casos. Para a faixa etária prevaleceu idade entre 21 a 41 anos, com predomínio do gênero masculino tendo apenas uma mulher em 2016. A situação de encerramento do tratamento em 2016 foi 73,3% (n=11) por cura; 20% (n=3) abandonaram o tratamento; para 6,6% (n=1) houve mudança do diagnóstico. Já em 2017, 33,3% (n=4) obtiveram cura da Tuberculose; 8,3% (n=1) abandonou o tratamento; foram transferidos 16,6% (n=2); desenvolveu resistência ao tratamento 8,3 % (n=1) e 33,3% (n=4) estão em tratamento. Conclusão: Os dados identificados condizem com aqueles encontrados no Brasil, com prevalência de 10% dos casos no município na PPL. Porém, torna- se preocupante questão como abandono do tratamento, considerando que são pessoas que têm contato com a população em geral. Nesse sentido, não só a busca ativa dos casos de abandono do tratamento se faz necessária, como também a integração e o envolvimento de toda equipe interdisciplinar, além dos equipamentos sociais disponíveis para gestão desses casos.
Referências
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