DIAGNÓSTICO E CONDUTA DO CIRURGIÃO-DENTISTA FRENTE À VIOLÊNCIA DOMÉSTICA INFANTIL: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
DOI:
10.24281/rremecs.2018.09.15.saspnufu1.62Palavras-chave:
Maus-Tratos Infantis, Odontologia em Saúde Pública, Violência doméstica, Vulnerabilidade SocialResumo
A violência doméstica infantil implica em atos e/ou omissões praticados por pais, parentes ou responsáveis em relação à criança que pode causar à vítima dor ou dano de natureza física, sexual e/ou psicológica, interferindo no seu desenvolvimento. Objetivo: Esse estudo objetivou responder a seguinte pergunta norteadora: “O Cirurgião-dentista sabe como detectar e gerenciar adequadamente os casos de violência doméstica contra criança?”. Método: A pergunta norteadora do estudo foi baseada na estratégia PVO para revisão sistemática, no qual “P” significa problema/pessoas, “V” variável e “O” outcome (desfecho). Esta revisão foi registrada no PROSPERO (CRD42015026747) e, seguiu as recomendações do PRISMA. Foram incluídos somente artigos transversais avaliando a percepção, conhecimento e atitude dos cirurgiões-dentistas (CDs) frente aos casos de violência doméstica infantil. Nenhuma restrição de idioma, tempo ou status de publicação foi aplicada. Os estudos excluídos foram os textos de revisão, carta ao editor, editoriais, relatos de casos, livros e capítulos de livros. A busca foi realizada em quatro bases de dados eletrônicas (PubMed, Science Direct, LILACS, SciELO), além das bases Google Scholar e Open Grey - que foram utilizadas para busca da “literatura cinzenta”. Todas as fases da revisão foram realizadas por dois revisores de elegibilidade de maneira independente. Todos os artigos elegíveis foram submetidos a uma ferramenta de risco de viés e qualidade metodológica. Resultados: A pesquisa resultou em 1.024 registros, dos quais 18 artigos se enquadraram nos critérios de elegibilidade. Os estudos elegíveis foram realizados em países com diferentes níveis de desenvolvimento social, como a Austrália, o Brasil, os Estados Unidos, a Itália, o Reino Unido, a Nigéria, a Grécia, a Jordânia e a Arábia Saudita. O conhecimento para detectar casos de violência doméstica infantil, adquiridos durante a formação no curso de graduação foi classificado, pelos CDs, como “insuficiente” em 39% dos estudos. Ao suspeitar de casos envolvendo violência doméstica, os CDs emitiam relatórios às autoridades competentes, em 77,75% dos estudos. No entanto, 31,25% das pesquisas apontam que os CDs não têm certeza quais autoridades acionarem. Mais atenção deve ser dada à educação forense em Odontologia. É necessária uma formação adequada para capacitar os CDs na detecção e gerenciamento de pacientes pediátricos vítimas violência doméstica. Conclusão: Os CDs são treinados para detectar lesões no complexo orofacial. Apesar disso, ainda existem limitações na detecção e gerenciamento dos casos potenciais de violência doméstica. A limitação pode ser justificada pela falta de uma educação multidisciplinar sobre direito e saúde durante a formação acadêmica.
Publicado
- Visualizações 0
- PDF downloads: 0