DIAGNÓSTICO E CONDUTA DO CIRURGIÃO-DENTISTA FRENTE À VIOLÊNCIA DOMÉSTICA INFANTIL: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

Autores

  • Ana Carolina Gomes Rocha carolrocha.0061@gmail.com
    Universidade Federal de Uberlândia
  • José Lucas Sani de Alcântara Rodrigues lucas_alcantara22@hotmail.com
    Universidade Estadual de Feira de Santana
  • Caio Luiz Lins-Candeiro caiocandeiro@yahoo.com.br
    Universidade Federal de Uberlândia
  • Renata Prata Cunha Bernardes Rodrigues renatapcb@hotmail.com
    Universidade Federal de Uberlândia
  • Álex Moreira Herval alexmherval@gmail.com
    Universidade Federal de Uberlândia
  • Luiz Renato Paranhos paranhos.lrp@gmail.com
    Universidade Federal de Uberlândia

DOI:

10.24281/rremecs.2018.09.15.saspnufu1.62

Palavras-chave:

Maus-Tratos Infantis, Odontologia em Saúde Pública, Violência doméstica, Vulnerabilidade Social

Resumo

A violência doméstica infantil implica em atos e/ou omissões praticados por pais, parentes ou responsáveis em relação à criança que pode causar à vítima dor ou dano de natureza física, sexual e/ou psicológica, interferindo no seu desenvolvimento. Objetivo: Esse estudo objetivou responder a seguinte pergunta norteadora: “O Cirurgião-dentista sabe como detectar e gerenciar adequadamente os casos de violência  doméstica  contra  criança?”.  Método:  A  pergunta  norteadora  do  estudo  foi  baseada  na estratégia  PVO  para  revisão  sistemática,  no  qual  “P”  significa  problema/pessoas,  “V”  variável e “O” outcome (desfecho). Esta revisão foi registrada no PROSPERO (CRD42015026747) e, seguiu as recomendações do PRISMA. Foram incluídos somente artigos transversais avaliando a percepção, conhecimento e atitude dos cirurgiões-dentistas (CDs) frente aos casos de violência doméstica infantil. Nenhuma restrição de idioma, tempo ou status de publicação foi aplicada. Os estudos excluídos foram os textos de revisão, carta ao editor, editoriais, relatos de casos, livros e capítulos de livros. A busca foi realizada em quatro bases de dados eletrônicas (PubMed, Science Direct, LILACS, SciELO), além das bases Google Scholar e Open Grey - que foram utilizadas para busca da “literatura cinzenta”. Todas as fases da revisão foram realizadas por dois revisores de elegibilidade de maneira independente. Todos os artigos elegíveis foram submetidos a uma ferramenta de risco de viés e qualidade metodológica. Resultados: A pesquisa resultou em 1.024 registros, dos quais 18 artigos se enquadraram nos critérios de elegibilidade. Os estudos elegíveis foram realizados em países com diferentes níveis de desenvolvimento social, como a Austrália, o Brasil, os Estados Unidos, a Itália, o Reino Unido, a Nigéria, a Grécia, a Jordânia e a Arábia Saudita. O conhecimento para detectar casos de violência doméstica infantil, adquiridos durante a formação no curso de graduação foi classificado, pelos CDs, como “insuficiente” em 39% dos estudos. Ao suspeitar   de   casos   envolvendo   violência   doméstica,   os   CDs   emitiam   relatórios   às   autoridades competentes, em 77,75% dos estudos. No entanto, 31,25% das pesquisas apontam que os CDs não têm certeza quais autoridades acionarem. Mais atenção deve ser dada à educação forense em Odontologia. É necessária uma formação adequada para capacitar os CDs na detecção e gerenciamento de pacientes pediátricos  vítimas  violência  doméstica.  Conclusão:  Os  CDs  são  treinados  para  detectar  lesões  no complexo orofacial. Apesar disso, ainda existem limitações na detecção e gerenciamento dos casos potenciais de violência doméstica. A limitação pode ser justificada pela falta de uma educação multidisciplinar sobre direito e saúde durante a formação acadêmica.

Publicado

04-06-2019
Métricas
  • Visualizações 0
  • PDF downloads: 0

Como Citar

GOMES ROCHA, A. C. .; ALCÂNTARA RODRIGUES, J. L. S. de .; LINS-CANDEIRO, C. L. .; CUNHA BERNARDES RODRIGUES, R. P. .; MOREIRA HERVAL, Álex .; PARANHOS, L. R. . DIAGNÓSTICO E CONDUTA DO CIRURGIÃO-DENTISTA FRENTE À VIOLÊNCIA DOMÉSTICA INFANTIL: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA. Revista Remecs - Revista Multidisciplinar de Estudos Cientí­ficos em Saúde, [S. l.], p. 62, 2019. DOI: 10.24281/rremecs.2018.09.15.saspnufu1.62. Disponível em: http://revistaremecs.com.br/index.php/remecs/article/view/177. Acesso em: 12 out. 2024.