ATENÇÃO À SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE: NOTIFICAÇÕES DE INFECÇÃO PELO VÍRUS HIV NO MUNICÍPIO DE UBERLÂNDIA
DOI:
10.24281/rremecs.2018.09.15.saspnufu1.52.53Palavras-chave:
Criança, Adolescente, HIV, Síndrome de Imunodeficiência AdquiridaResumo
A infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) pode ser caracterizada em dois grupos de acordo com o meio de transmissão, podendo ser vertical ou horizontal. A transmissão vertical caracteriza-se por nascidos infectados devido à condição sorológica materna. Já a transmissão horizontal configura a infecção pela exposição sexual ou sanguínea ao vírus. De 1980 a junho de 2017, foram identificados 882.810 casos da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) no país, e no período de 2000 até junho de 2017, foram notificadas 108.134 gestantes infectadas com HIV no Brasil. Nesse contexto, a diminuição das taxas de infecção pelo HIV em crianças e adolescentes é objetivo governamental em todo mundo. Objetivo: O presente trabalho objetivou identificar o número de notificações de diagnóstico de infecção pelo HIV relacionando com a idade e o tipo de transmissão entre crianças e adolescentes residentes no município de Uberlândia, Minas Gerais. Metodologia: Esta é uma Pesquisa exploratória, descritiva realizada a partir da análise dos dados da Vigilância Epidemiológica (VIGEP) do município de Uberlândia, Minas Gerais. Os dados foram coletados através do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan-Net) no período de 2013 a 2017, a população da pesquisa correspondeu a todas as crianças de zero a 09 anos e adolescentes de 10 a 19 anos portadores do vírus, notificados no sistema. Desenvolvimento: Obteve-se um total de 07 crianças notificadas, destas o maior número de casos foi registrado nos anos 2013 e 2015 ambos com 42,85% (03/07); em relação a idade todos eram menores de 01 ano e contraíram o vírus por transmissão vertical; quanto ao sexo 71,4% (05/07) eram do sexo masculino; e não houve registro de infecção em crianças entre 01 e 09 anos. Já nos adolescentes, obteve-se 133 casos notificados, destes o maior número 25,6% (34/133) foi registrado no ano de 2017; em relação a idade 38,34% (51/133) tinham 19 anos; o sexo masculino foi mais acometido 73,7% (98/133), e não houve registro de casos em adolescentes com 10 anos. Ainda em relação aos adolescentes percebeu-se uma tendência de aumento no número de casos ao longo dos últimos 05 anos. Na faixa etária estudada a população mais vulnerável são os adolescentes do sexo masculino. É preciso ampliar as formas de diálogo e aproximação dos profissionais de saúde com esta população, o Programa de Saúde na Escola é uma ferramenta importante e deve ser explorada para atividades de educação em saúde. Além disso, profissionais da educação e pais devem ser treinados para ouvir, dialogar e promover orientações de promoção e prevenção. A ocorrência em crianças menores de 01 ano de idade se deu por consequência da transmissão vertical. Conclusão: Nesse contexto, evidencia-se a importância do fortalecimento das Políticas Públicas de Saúde e estratégias tanto para a população geral como para as especificidades de segmentos voltados à atenção da mulher/gestante, crianças e adolescentes. Faz se necessário à elaboração de estudos de caráter epidemiológico com essa população, haja vista que constituem importantes ferramentas para subsidiar políticas e práticas de promoção da saúde e prevenção de agravos.
Referências
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Programa Nacional de DST e Aids. Manual de rotinas para assistência de adolescentes vivendo com HIV/Aids / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Programa Nacional de DST e Aids. –Brasília: Ministério da Saúde, 2006.
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