TRAUMAS DE INFÂNCIA E VIOLÊNCIA NO COTIDIANO DE MULHERES PROFISSIONAIS DO SEXO
DOI:
10.24281/rremecs.2018.09.15.saspnufu1.48.49Palavras-chave:
Violência, Traumas, ProstituiçãoResumo
A infância é um momento essencial na vida de qualquer pessoa, e as vivências que acontecesse nesta fase marcam para a vida toda, tais como as agressões, negligências, falta de recursos básicos para sobrevivência. Vários são os tipos de violência: verbais, físicas, sexuais, que culminam nas decisões das próximas fases da vida e formas de entendê-la. Entretanto pode- se contextualizar que houve inúmeras vivências negativas e traumas que levaram as mulheres para o mundo do sexo pago. Porém, outras que optaram por trabalhar com programas para ter um padrão de vida mais elevado, para se afirmarem como “donas do seu destino”, podendo assumir total controle da sua vida e de seus desejos e horários de trabalho, sentindo-se então empoderadas, e algumas relatam em trabalhos já realizados que elas que mantem o controle da relação entre profissional e cliente, ou seja, elas que negociam o serviço oferecido e o cliente opta por aceitar as regras para realizar o programa, focando a profissionalização do trabalho destas mulheres, ou seja, elas executam o papel principal desta comercialização. (BURBULHAN; GUIMARAES; BRUNS 2012). Objetivos: Correlacionar os traumas de infância e violências vivenciadas pelas profissionais do sexo, e como isso marcou suas vidas. Método: Pesquisa descritiva, quantitativa e Transversal. A amostra do estudo foi de 203 prostitutas. Os dados foram coletadas no período de Agosto 2017 a abril 2018, no ambiente de trabalho das profissionais. Utilizou-se um questionário estruturado com perguntas sobre informações sociodemográficas, e a ocorrência de violência no cotidiano de trabalho. Para avaliar os traumas de infância foi usado o instrumento Childhood Trauma Questionnaire (CTQ) - Questionário Sobre Traumas na Infância, o CTQ é um instrumento para adolescentes (a partir de 12 anos) e adultos que relaciona situações ocorridas na infância. Para análise de dados foram utilizadas técnica estatística simples, com frequência absoluta e relativa dos dados. Resultados: Analisando os dados referentes aos traumas de infância, a negligência emocional foi a mais recorrente entre essas mulheres (com 17,68 %), seguindo por negligência física (12,43%), Abuso emocional (10,25%), tendência a minimizar (9,06%), abuso físico (8,84%), abuso sexual (7,39%), que se correlacionaram ao seu trabalho. Conclusão: As vulnerabilidades, os preconceitos, os maus tratos, no cotidiano são incalculáveis, por vezes foram vítimas de inúmeros traumas e que infelizmente ainda acontece todos os dias, no local de trabalho, em casa, nas suas relações sentimentais, e com a sociedade em geral. Elas muitas vezes não se veem violentadas, contextualizam como normal, tendo em vista ser tão recorrente, que perdura anos, e que marcas físicas e/ou psíquicas formam somente pedaços pouco falados das histórias contadas por essas mulheres. A terminologia molestar, não costuma ser relevante, pois não houve penetração, não entendem, o toque em certas partes do corpo, o assédio, ou a obrigação de tocar ou estimular o corpo do outro como uma forma de abuso. O contexto sexual é ligado ao coito, e não inclui as invasões de intimidade como tal, para maioria das mulheres entrevistadas.
Referências
BURBULHAN, Fernanda; GUIMARAES, Roberto M.; BRUNS, Maria A. de T. Dinheiro, afeto, sexualidade: a relação de prostitutas com seus clientes. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 17, n.4, p. 669-677, out/dez.2012. Disponível: http://www.scielo.br/pdf/pe/v17n4/a13v17n4.pdf Acesso em: 30/08/18
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CORRÊA, Willian H.; HOLANDA, Adriano F. Prostituição e Sentido de Vida: Relações de Significado. Psico- USF Bragança Paulista, v. 17, n.3, p. 427-435, set/dez. 2012. Disponível: http://www.scielo.br/pdf/pusf/v17n3/09.pdf Acesso em: 30/08/18.
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