VIOLÊNCIA SEXUAL EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM UBERLÂNDIA-MG
DOI:
10.24281/rremecs.2018.09.15.saspnufu1.43.44Palavras-chave:
Violência Sexual, Saúde da Criança, Violência de GêneroResumo
Embora haja esforços para erradicar todos os tipos de violência, os índices continuam elevados. Um dos tipos de violência mais frequente é a sexual, descrita no Código Penal como crime contra a liberdade sexual, na forma de estupro, violação sexual mediante fraude e assédio sexual. A mulher ainda é a principal vítima desse tipo de agressão, tanto por sua fragilidade física perante o gênero masculino como pela histórica submissão. Enquanto a violência urbana atinge, em sua maioria, a população masculina, grande parte das violências sexuais ocorre com crianças e mulheres, tendo como principal local de ocorrência o ambiente familiar, expressando questões culturais de exploração, dominação e relações de poder. Este fator possivelmente contribui para a subnotificação dos casos e, no Brasil, estima-se que os registros correspondam a apenas 10 a 20% dos episódios que realmente acontecem. Objetivos: Caracterizar, através do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), o perfil das vítimas de violência sexual do gênero feminino no município de Uberlândia, MG, no período de 2013 a 2017. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal feito a partir dos registros de notificação compulsória da população desse município, contidos no banco de dados SINAN, no período de 2013 a 2017. Resultados: Os dados indicam que, no período de 2013 a 2017 foram notificados 630 casos de violência sexual do gênero feminino; destes, 117 casos em 2013; 126 em 2014; 112 no ano de 2015; 120 em 2016 e 155 referente ao ano de 2017. Houve maior ocorrência na faixa etária entre 10 a 14 anos (168; 26,6%). Para local de ocorrência, a própria residência da vítima representou 47,3% (n=298) dos casos e o grau de parentesco com o perpetrador foi evidenciado em 52,5%(n=331) dos casos, desconhecido 32% (n=202) dos casos e sem informação na ficha 15,3 % (n=97) das notificações. Conclusão: Os dados obtidos corroboram a literatura, com maior prevalência de agressões na infância e adolescência, sendo o agressor algum membro da família, companheiro ou conhecido. Porém, estes dados mostram apenas uma pequena parcela dos casos reais de violência sexual, devido ao número reduzido de denúncias e subnotificação do sistema. Desse modo, faz-se premente o fortalecimento e a implantação de novas políticas públicas que visem à discussão de gênero e maior proteção para crianças e adolescentes.
Referências
PASSOS, Ana Isabela Morsch; GOMES, Daniela Angerame Yela; GONCALVES, Carolina Lourenço Defilippi. Perfil do atendimento de vítimas de violência sexual em Campinas. Rev. Bioét., Brasília , v. 26, n. 1, p. 67-76, Janeiro. 2018.
MARTINS, Christine Baccarat de Godoy; JORGE, Maria Helena Prado de Mello. Abuso sexual na infância e adolescência: perfil das vítimas e agressores em município do sul do Brasil. Texto contexto - enfermagem, Florianópolis, v. 19, n. 2, p. 246-255, Junho 2010.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria Municipal de Saúde de Uberlândia. Vigilância Epidemiológica. Sistema de Informação de Agravos de Notificação- SINAN. 2018.
Publicado
- Visualizações 0
- PDF downloads: 0