LOUCURA OU CASTRAÇÃO SOCIAL? REFLEXÃO DE GRADUANDAS DE ENFERMAGEM SOBRE MEDICALIZAÇÃO DA VIDA
DOI:
10.24281/rremecs.2018.09.15.saspnufu1.40Palavras-chave:
Transtornos mentais, Opressão social, MedicalizaçãoResumo
O termo loucura normalmente remete a pessoa sem produtividade e perigosa. Entretanto, ao refletir sobre construção social do sujeito nas relações de poder, percebe-se que há padronização do como ser no mundo, moldando modos de viver, sentir e o comportamento das pessoas. Justificativa: O presente relato de experiência se traduz na necessidade de refletir sobre a sociedade enquanto produtora da loucura. Desenvolvimento: Tal reflexão foi construída por meio das discussões produzidas a partir das aulas práticas da disciplina de Enfermagem em Saúde Mental, realizadas no setor de Psiquiatria do HCU-UFU, CAPS Leste e UBSF Luizote, com a participação de um grupo composto por cinco alunas. Nas relações sociais estamos suscetíveis tanto ao poder de opressão, quanto de sermos oprimidos, isso decorre, sobretudo pela forma com que a sociedade padroniza sentimentos e atitudes. Percebe-se que existe um sentimento de castração social dentre aquelas pessoas com transtornos mentais, ou seja, sentem-se oprimidos socialmente, uma vez que não há mais tempo e nem espaço para o sofrer; repensar; e pedir trégua a vida, para que não incorra no risco de fraquejar. Dessa forma, é dispensado ao sujeito por meio do cuidado em saúde, ações medicalizadoras, que é utilizada não somente para tratar transtornos psíquicos, mas também medicalizar o sofrimento, as fragilidades e potencialidades emocionais, que privam o sujeito de reconhecer-se naquela situação. Os profissionais da área da saúde tendem a medicalização ao invés ou, pelo menos, de forma conjugada, de construir junto com as estratégias de enfrentamento individual, colocando-o como protagonista da sua vida, e do seu próprio tempo. Não se anula a terapia medicamentosa como uma das principais aliadas no tratamento em saúde mental, mas deve-se atentar quando ela culminar em castração emocional. Conclusão: Essa reflexão nos ajudou a repensar sobre como nos forçamos a normalização e à padronização da vida a partir da castração emocional produzida pela sociedade e reafirmado pelos sistemas de cuidado em saúde.
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