A NECESSIDADE DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE PARA MULHERES CIGANAS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM UBERLÂNDIA
DOI:
10.24281/rremecs.2018.09.15.saspnufu1.39Palavras-chave:
Educação em Saúde, Vulnerabilidade Social, Saúde da Família, Roma (Grupo Étnico)Resumo
O atendimento na atenção primária é essencial para prevenção e promoção da saúde, quando tratamos de questões culturais dos povos ciganos no território da unidade básica de saúde (UBS) devemos pensar em suas especificidades para adequar as orientações e não desrespeitar os saberes tradicionais daquele povo. Conhecer a sua cultura e seus hábitos, tornam-se características essenciais para os profissionais de saúde que irão orientar as mulheres que cuidam da família. O presente trabalho visa relatar experiências vividas por alunos de graduação em enfermagem em uma UBS durante o Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde) entre agosto/2016 a julho/2017. Justificativa: Devido aos costumes tradicionais e modo de vida grande parte das mulheres ciganas não são alfabetizadas, as cabendo os cuidados com as crianças e o lar. Desenvolvimento: Durante a visitas acompanhadas por agentes comunitários de saúde (ACS), foram apresentadas famílias ciganas e durante os atendimentos domiciliares foram apresentados costumes dessas famílias, como o casamento precoce, a retirada das mulheres da escola as forçando a depender do marido, e a presença de uma matriarca que é a liderança entre as mulheres residentes no local, é de costume após o casamento a mulher ir morar com o marido, que por sua vez reside na casa com outros grupos da mesma família. Tarefas simples como ler a bula de um remédio, se tornam tarefas complexas devido à realidade do analfabetismo, situação vivenciada onde uma das mulheres residentes estava tomando dose errada do medicamento, em outra situação dependia do marido para comprar o remédio a tornando vulnerável a cronicidade da doença. As orientações foram dadas pelos alunos e profissionais mediantes desenhos do sol e da lua para identificar horários de uso, foram identificados na caixa de medicamentos da família remédios com o prazo de validade expirado e a disponibilidade dos ACS para o esclarecimento e leitura das orientações em caso de dúvidas. Conclusão: Sem o contato direto com a população cigana e o conhecimento de seus costumes os profissionais e alunos não conseguiram identificar certos problemas vivenciados. Orientar as pessoas que cuidam do lar no caso dos povos ciganos as mulheres é essencial para a saúde familiar, tanto sobre fatores alimentares como em caso de pessoas com hipertensão e diabetes, quanto em relação a vacinas, cuidados com medicações. O vínculo com a equipe da UBS ameniza as dificuldades que as tornam mais vulneráveis e com ações de orientação podem evitar complicações nos cuidados com a família, tornando a educação em saúde essencial para qualidade de vida dessa população.
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