TRANSTORNOS MENTAIS COMUNS EM MULHERES PROFISSIONAIS DO SEXO: UM OLHAR PARA A SAÚDE MENTAL

Autores

  • Ana Rosa Ribeiro Elias anarosarelias@gmail.com
    Universidade Federal de Uberlândia
  • Marcelle Aparecida de Barros Junqueira marcebarros@yahoo.com.br
    Universidade Federal de Uberlândia
  • Isabel Cristiane de Noronha isabelnoronha@outlook.com
    Universidade Federal de Uberlândia

DOI:

10.24281/rremecs.2018.09.15.saspnufu1.37.38

Palavras-chave:

Profissional do Sexo, Transtorno Mental, Trabalho

Resumo

A prostituição é uma ocupação marcada por diversidades. Entre as perspectivas legais em relação a esta atividade estão a proibicionista/abolicionista, a regulamentarista e a laboral; nessa última a mulher é vista como trabalhadora, sendo a profissão regulamentada por legislação laboral e civil comuns. A Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora estabelece que a atenção à saúde deva priorizar grupos de trabalhadores com maior vulnerabilidade social e laboral, assim a mulher profissional do sexo deveria estar amparada de seus direitos como trabalhadora; porém a atividade é exercida em condições insalubres, na maioria das vezes, sob constantes violências psicológicas, físicas e financeiras, sem a devida atenção do Estado na elaboração e implantação de políticas públicas especificas, exceto em ações de questões sexuais ligadas à distribuição de camisinhas. O trabalho diário dessas profissionais expõe ao risco de discriminação, estigma, violência, com propensão à depressão e outros Transtornos Mentais Comuns (TMC). Objetivo: Avaliar os níveis sintomáticos de TMC entre mulheres profissionais do sexo. Método: Estudo transversal, exploratório, de caráter quantitativo com 158 mulheres profissionais do sexo que atuam em casas de programa no município de Uberlândia - MG. Para coleta de dados foi utilizado um questionário com informações sóciodemográficas e o Self Report Questionnaire (SQR-20 traduzido). Os dados foram analisados mediante o uso de técnicas estatísticas descritivas e bivariadas. O nível de significância estabelecido foi de p>0,05. Resultados: O perfil das mulheres profissionais do sexo declararam majoritamente ser solteira (75,9%), etnia parda (51,9%), alfabetizadas (99,4%) e residiam em casa alugada (58,2%). A ocorrência de sintomas indicativos para TMC foi identificado em 81 (51,6%) participantes. Entre os sintomas específicos nos últimos 30 dias, destaca-se que 116 mulheres (74,4%) sentiam-se nervosa, tensa ou preocupada; e 94 (60,3%) tem se sentido triste ultimamente. Não foram encontradas associações estatísticas entre características sociodemográficas e presença de TMC. Conclusão: A prevalência de TMC encontrada na pesquisa foi semelhante ao de outros estudos realizados com prostitutas, e está acima da média de estudos com a população adulta em geral no Brasil. Essa situação mostra a necessidade de ampliação de paradigmas e ações de políticas públicas para a vida, saúde (inclusive mental) e trabalho de mulheres em situação de prostituição, com vistas à consecução de estratégias que tentem interromper o ciclo de vulnerabilidade e invisibilidade a que essas pessoas estão inseridas.

Referências

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Publicado

04-06-2019
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Como Citar

RIBEIRO ELIAS, A. R. .; BARROS JUNQUEIRA, M. A. de .; NORONHA, I. C. de . TRANSTORNOS MENTAIS COMUNS EM MULHERES PROFISSIONAIS DO SEXO: UM OLHAR PARA A SAÚDE MENTAL. Revista Remecs - Revista Multidisciplinar de Estudos Cientí­ficos em Saúde, [S. l.], p. 37–38, 2019. DOI: 10.24281/rremecs.2018.09.15.saspnufu1.37.38. Disponível em: http://revistaremecs.com.br/index.php/remecs/article/view/160. Acesso em: 17 set. 2024.