VIOLÊNCIA DOMÉSTICA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
DOI:
10.24281/rremecs.2018.09.15.saspnufu1.29Palavras-chave:
Atenção Primária à Saúde, Violência doméstica, Violência contra a mulherResumo
A construção sociocultural do papel feminino e masculino repercutiu em uma relação de poder, com a dominação masculina, o que reflete em vários tipos de violência, estando entre elas, à violência doméstica, que se configura em agressividade e coação dentro do contexto familiar. Com o passar do tempo e as repercussões visíveis na saúde das mulheres envolvidas, a violência contra o sexo feminino tornou-se problema de saúde pública, sendo necessário assim criar formas de enfrentamento e acolhimento a essas vítimas. Objetivo: De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) estima-se que no Brasil ocorra 5 feminicídios para cada grupo de 100 mil mulheres. Número alarmante, que demonstra a importância de alertar a população sobre o alto índice de violência doméstica presente na sociedade e a importância da criação de ações na Atenção básica, para diminuir os danos causados por esse tipo de violência. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência, entre os meses de abril a julho de 2018, pelas alunas do curso de Enfermagem da Universidade Federal de Uberlândia, como parte das atividades realizadas na disciplina de PIPE 4. Desenvolvimento: Entre as funções do projeto, consistiam visitas domiciliares em casas pertencentes ao território de uma Unidade de Saúde de Uberlândia. Durante as visitas acompanhadas com os agentes de saúde, foi possível conhecer uma família composta por quatro membros: esposa, marido e dois filhos. Dentro deste lar identificamos agressões, físicas e psicológicas à mulher, sendo o principal agressor e influenciador o cônjuge. Ao longo das visitas foi observado através da fala desta mulher, o valor do pai como provedor do lar e as dificuldades financeiras que a família enfrentava e passaria a viver mais intensamente se por acaso houvesse um afastamento. Notamos também que, dentre as causas de comportamentos violentos, estava o uso de álcool por parte de um dos filhos e do pai. Outro fato que o se mostrou predominante neste grupo, a falta de dinheiro e o ciúme do cônjuge, que também foram considerados fatores causais de conflitos conjugais, manifestando- se em atos violentos. Junto com a Unidade à Saúde, foi proposto para essa família um projeto terapêutico singular adequado, para tentar melhorar a qualidade de vida da mesma. Conclusão: Acolher os casos e dar assistência a mulheres que sofrem violência faz parte dos direitos em saúde, garantidos por lei. Dessa forma, justifica a necessidade de monitorar populações com problemas com violência e criar ações da Atenção Básica de forma integral, às necessidades das mulheres, para diminuir os índices de violência, como grupos de apoio, visitas domiciliares com mais frequência, acompanhamento psicológico, para que as ajudem na superação dos agravos da violência vivida. Além de ser necessário que os profissionais da Unidade de Saúde apropriem-se de novos conhecimentos para subsidiar tal situação, a fim de que o princípio da integralidade e da assistência à saúde possa ser um produto da prática em saúde.
Referências
Dial News. Disponível em: <https://dial.news/ibge-violencia-mulher-desigualdade/>. Acessado em 28 de agosto de 2018.
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