DESAFIO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE FRENTE A DESIGUALDADE ECONÔMICA E SOCIAL: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
DOI:
10.24281/rremecs.2018.09.15.saspnufu1.14.15Palavras-chave:
Atenção Primária à Saúde, Pobreza, MortalidadeResumo
Mesmo com os diversos avanços, a pobreza ainda é uma situação presente na sociedade moderna. Milhares de pessoas vivem em situações de desigualdade econômica e social e se deparam com problemas e dificuldades que o deixam vulneráveis na sociedade. As precárias condições de vida se expressam por meio da falta de saneamento básico, limitado poder de compra, restrito acesso a alimentação e educação, e desigual acesso aos serviços de saúde. Muitas destas condições econômicas e sociais podem afetar a saúde, sendo assim conhecidas como determinantes sociais da saúde. Como previsto na Constituição Federal de 1988, o desenvolvimento da condição de “saúde para todos”, deu espaço para criação de políticas públicas orientadas às necessidades da população. Com esta preocupação, o SUS adotou a política pública da APS - Atenção Primária à Saúde como estratégica para expandir a assistência à saúde. Adotando mais adiante a Estratégia Saúde da Família para cooperar com a APS. Justificativa: De acordo com o IBGE, considerando a Linha Internacional de Pobreza do banco multilateral, que é de indivíduos que vivem com 6,30 reais por dia, temos 13,350 milhões de brasileiros, ou seja, 6,5% da população total vivendo com menos desse valor. Tal adversidade os coloca em vulnerabilidade, expostos à violência, comprometimento na educação e principalmente na saúde, refletindo aumento de doenças oportunistas e carência de uma alimentação segura e nutritiva que compactuam com a morbidade infantil. Os elementos expostos justificam a necessidade de monitorar populações pobres e criar ações da Atenção Primária de promoção de saúde, prevenção de doenças e educação em saúde. O objetivo é descrever um relato de experiência, mediante visitas realizadas à população residente em uma área de assentamento, por alunos do curso de graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Uberlândia e uma Unidade Primária de Saúde de Uberlândia. Desenvolvimento: Ao longo das visitas foi observado precárias condições de saneamento domiciliar e do meio ambiente; crianças com desnutrição evidente; falta de conhecimento sobre doenças e proliferação das mesmas, em destaque para a dengue, que foi o motivador para uma das visitas com agente de saúde. Apesar de grande parte da população estar cadastrada na Unidade de Saúde de referência, muitos moradores não procuravam a unidade para tratamento e acompanhamento, e quando o faziam eram em caráter de urgência. Conclusão: Diante do exposto, considera-se importante um estreitamento da relação entre a população residente do assentamento com a Unidade de Saúde. Embora, a APS tenha realizado a construção do mapa territorial e levantado às particularidades locais, não realizaram um acompanhamento próximo, para que esta população que vive em desigualdade social e econômica possa compreender o processo saúde- doença e se sinta mais à vontade e aceitos dentro da unidade para realizar uma prevenção adequada. Sendo assim, a elaboração de projetos em educação em saúde com estas pessoas pode melhorar a qualidade de vida desta população, obter um controle da desnutrição, anemia, diarreia, que são doenças vigentes neste grupo, além de contribuir para diminuição da mortalidade infantil.
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