LGBTFOBIA: AS RAÍZES HISTÓRICAS DA INTOLERÂNCIA E SEUS EFEITOS SOBRE O ACESSO À SAÚDE PÚBLICA PELA POPULAÇÃO LGBT
DOI:
10.24281/rremecs.2018.09.15.saspnufu1.22.23Palavras-chave:
Minorias Sexuais e de Gênero, LGBTfobia, Saúde LGBTResumo
Sendo a diversidade uma característica indissociável da condição humana de existência, é natural que a sexualidade também haveria de se manifestar em diferentes contornos. Entretanto essa lógica ainda não aparenta transparecer na mentalidade coletiva de grande parte da sociedade latino- americana, principalmente do Brasil que hoje ostenta a ignóbil posição de primeiro colocado no ranking de países que mais mata LGBT+ no mundo dizimando não só vidas dessas pessoas, mas seus direitos como pessoas humanas. Nesse contexto a LGBTfobia abrange práticas de discriminação, discurso de ódio, perpetração de violência e injúrias em decorrência da condição da pessoa como LGBT+. Assim, é inegável que no país da Constituição Cidadã exista LGBTfobia, que viola a garantia de diversos direitos humanos entre os quais se encontra a saúde. Atualmente o Ministério da Saúde já reconhece a população LGBT+ como sujeitos em vulnerabilidade que podem ter o direito de acesso à saúde pública violado. Objetivo: Buscou-se com essa pesquisa conhecer as raízes históricas da LGBTfobia no Brasil, para a compreensão dos principais aspectos históricos que exerceram influência na formação dos índices alarmantes dessa violência atualmente. E considerando a imprescindibilidade da garantia dos direitos humanos, analisar se LGBTfobia teria influência na garantia do direito à saúde dessa população. Método: A pesquisa se consistiu numa revisão de literatura. A busca foi realizada nas bases PubMed, SciELO, LILACS e PEPSIC, em livros relacionados à temática e no banco de dados da ONG Gay da Bahia. Para análise dos dados se partiu dos pressupostos da Psicologia Hitórico-Cultural. Resultados: Os despautérios no que tange a naturalidade das manifestações da diversidade sexual sofreram forte influência pela conjunção histórica e longeva da religião ao Estado. As teorias religiosas abrangem em si suposições estreitas e normativas sobre “certo” ou “errado” num plano lógico objetivo que desconsidera a diversidade e promovem a normatização dos comportamentos sexuais e de gênero e exclusão daqueles que não se enquadram na norma. Identificou-se nessa análise a acusação de não- manutenção da espécie humana para rechaçar os relacionamentos homoeróticos o que promove a marginalização da população LGBT+. Por fim prescinde as condutas de ódio, imponderadas pela ideia vil de supremacia heterossexual. Os resultados mostraram que na saúde, a LGBTfobia exerce grande efeito com alarmantes índices de discriminação (percebida por 67% da amostra) e manifestações de preconceito (percebida por 85% da amostra) dentro dos serviços de atendimento de saúde da rede pública. Isso leva a desmotivação, inviabilização e dificuldade de procura e acesso aos serviços de saúde pública por essa parte da população. Conclusão: Pode-se concluir que a LGBTfobia, tem raízes históricas e se encontra arraigada culturalmente em nosso país e corrobora na violação dos direitos a saúde e a dignidade da população LGBT+. Para garantir que essas minorias tenham acesso digno à saúde, são necessárias políticas de ensino e combate ao preconceito na formação dos profissionais das áreas da saúde e também em políticas na forma da lei que visem punir essa categoria de ódio doloso que afeta a vida e a dignidade de tantas pessoas.
Referências
BAHIA, Grupo Gay da. Assassinato de homossexuais (LGBT) no Brasil: Relatório 2017. Grupo Gay da Bahia. Disponível em: <https://homofobiamata.files.wordpress.com/2017/12/relatorio-2081.pdf> Acesso em: 24 ago18.
BORRILLO, Daniel. Homofobia: história e crítica de um preconceito; tradução de Guilherme João de Freitas Teixeira – Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2010.
CARDOSO, Michelle Rodrigues; FERRO, Luís Felipe. Saúde e população LGBT: demandas e especificidades em questão. Psicologia ciência e profissão, Brasília, v. 32, n. 3, p. 552-563, 2012. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1414-98932012000300003&script=sci_abstract&tlng=pt>. Acesso em 24 ago 18.
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