A PROMOÇÃO DA SAÚDE NA LITERATURA CIENTÍFICA NACIONAL: UMA REVISÃO

Resumo

A  Política Nacional de Promoção de Saúde, conforme redefinida em  2014 por meio da Portaria nº 2.446, estabelece que a promoção da saúde não se afigura como uma atribuição dos serviços de atenção primária, mas, sim, como uma estratégia articulada de forma transversal e intersetorial. Além disso, visa a ampliar a atuação sobre os condicionantes da saúde e reforçar a equidade e a garantia dos direitos humanos. Objetivo: O presente estudo teve como objetivo, por meio de uma revisão integrativa da literatura,  proceder  um mapeamento da produção científica nacional consagrada à  promoção da saúde. Método: Foi realizado um levantamento bibliográfico on-line junto ao site da Revista Brasileira em Promoção da Saúde a partir da utilização do termo “promoção da saúde”. Do conjunto de referências localizadas, foram selecionadas especificamente aquelas publicadas como artigos originais ou artigos de revisão, em língua portuguesa, no período de 2014 a 2018. Estas referências foram, então, analisadas de acordo com as seguintes dimensões de análise: participantes, objetivos e principais achados. Resultados: Verificou-se que apenas vinte referências apresentavam o termo “promoção da saúde” no título, sendo que, destas,  foram selecionadas sete referências a partir dos critérios de inclusão estabelecidos. As referências  selecionadas  tiveram  como  participantes  profissionais  de  saúde,  usuários  de serviços de saúde, professores/educadores de pré-escolas, gestores de escolas de ensino fundamental das redes pública e privada e alunos universitários. De modo geral, as referências buscaram compreender fatores associados à operacionalização de competências para a promoção da saúde e dos princípios da PNPS em diferentes contextos no país. Os principais achados reportados pelas referências sinalizam certo desconhecimento dos profissionais de saúde sobre as competências necessárias para a promoção da saúde e sobre alguns valores fundantes da PNPS e, como consequência, apontam a necessidade de um redimensionamento das ações de saúde, em especial para potencializar a autonomia dos usuários. A importância  de  recursos  internos,  capazes  de  fomentar  o  enfrentamento  de  doenças,  também  foi colocada em relevo como fator favorável à promoção da saúde. Conclusão: Os resultados do presente estudo, em termos das dimensões de análise contempladas, ilustram que as pesquisas nacionais consagradas à temática em questão e veiculadas em um periódico especializado são diversificadas e, embora noticiem algumas experiências exitosas, se alinham ao sustentar que obstáculos associados a indefinições conceituais e metodológicas devem ser superados para que a promoção da saúde possa avançar no país.