Integração entre travestis, transexuais e estudantes de medicina: estratégia pedagógica para atendimento em saúde
DOI:
10.24281/rremecs.2018.09.15.saspnufu1.7Palavras-chave:
Travestis, transexuais, estudantes de medicinaResumo
Lidar com travestis e transexuais é um tema de difícil abordagem por discentes de cursos da área da saúde, mas, nem por isso, menos importante frente às diversas violências que essa população sofre. Diante dessa realidade, há necessidade de reflexão acerca das limitações do acesso à saúde que transexuais e travestis enfrentam, bem como, de levantar possibilidades para um atendimento mais humanizado direcionado a essas pessoas. Nesse contexto, a partir da nossa experiência foram levantadas estratégias para o estabelecimento de uma melhor relação médico-paciente, do mesmo modo que, para o avanço da educação médica na abordagem de populações de risco. Justificativa: Evidencia-se a necessidade da abordagem dessa temática na educação médica frente às dificuldades encontradas pelos acadêmicos envolvidos no trabalho em manejar o atendimento de travestis e transexuais. Além disso, demanda-se um olhar crítico e humanizado no atendimento de populações marginalizadas e de risco e, dentro desse segmento, faz-se um recorte na violência motivada por transfobia, objeto do presente relato. Desenvolvimento: O relato de experiência partiu de uma observação participante realizada por acadêmicos de Medicina, no eixo de Saúde Coletiva II, no Centro de Referência em Atenção Integral em Saúde para Travestis e Transexuais (CRAIST) de atendimento ambulatorial compreendido dentro do hospital-escola da Universidade Federal de Uberlândia. O registro da observação direta considerou aspectos da consulta que os discentes julgaram enquanto potencializadores do olhar humanístico ao lidar com travestis e transexuais. Durante a análise dos registros, o grupo pode constatar que todos os estudantes envolvidos no trabalho que, por sua vez, acompanharam as consultas, mudaram em algum aspecto a visão que tinham a respeito do contexto sociocultural dos pacientes. Ainda nesse sentido, foram identificados padrões de atendimento que deveriam ser adotados considerando, principalmente, a abordagem a ser feita sobre a relação que a paciente mantinha com sua família. Conclusão: Pela observação dos aspectos analisados, conclui-se que o acompanhamento do atendimento ambulatorial de travestis e transexuais por estudantes de medicina é de extrema importância para a aquisição de habilidades de comunicação médico-paciente, compreensão de aspectos socioculturais que essa população está inserida, bem como, desenvolvimento do olhar humanístico acerca do acesso à saúde por populações de risco. Ainda nesse sentido, a experiência permitiu concluir que a inserção do discente nesses espaços amplia suas habilidades para condução da consulta com essas populações de risco e ainda, ao fazê-lo, permite um atendimento mais humanizado para essas pessoas.
Referências
ROMANO, Valéria Ferreira. Inclusão não-homofóbica: um diálogo entre estudantes de medicina e travestis. Revista Brasileira de Medicina da Família e Comunidade, Rio de janeiro, v. 3, n. 10, p. 99-105, jul./set.2007.
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