A REFORMA PSIQUIÁTRICA E OS CUIDADOS DE ENFERMAGEM NA SAÚDE MENTAL
DOI:
10.24281/rremecs.2018.11.14.spccsaude1.4Palavras-chave:
Saúde Mental, Enfermagem, Reforma PsiquiátricaResumo
No contexto histórico os transtornos mentais eram vistos como possessão demoníaca, e as pessoas acometidas eram agrupadas aos criminosos, inválidos e libertinos, para serem retirados das cidades através de embarcações sem destino. Esse contexto mudou no século XVIII quando Philippe Pinel na criação dos manicômios, o tratamento se daria com firmeza, gentileza e respeito, com passar do tempo somente as medidas de firmeza permaneceram, fazendo que os internos fossem tratados a base de banho frio, chicotadas e sangrias. Métodos que perdurou até a metade do século XX, onde ocorreu a interversão da psiquiatria por Franco Basaglia, percussor da reforma psiquiátrica italiana incentivando assim vários países a fazer o mesmo, inclusive o Brasil. O objetivo desse trabalho é demonstrar a evolução do tratamento oferecido aos portadores de transtorno mental e a importância do enfermeiro para os tratamentos atuais. Estudo de revisão da literatura, os artigos selecionados estavam disponíveis na base dados eletrônicos SCIELO, em língua portuguesa e disponibilizados na íntegra; publicados entre 2013 e 2018, totalizando 10 artigos. A proposta da reforma psiquiátrica brasileira surgiu na década de 70, quando os profissionais de saúde e os familiares dos pacientes denunciaram os maus-tratos que os internos estavam sofrendo juntamente com a ineficiência do tratamento, no ano de 1989, um deputado apresentou um projeto que iniciaria a discussão sobre a reforma psiquiátrica no Brasil. Isso levou o país a participar da declaração assinada em Caracas em 1990, onde ficou firmado que todo tratamento oferecido aos doentes fosse com bases humanizadas e com o objetivo de inserção do paciente na sociedade. Muito se falou a respeito da reforma psiquiátrica no Brasil, porém somente no ano de 2001 que foi sancionada a Lei 10.216/01, que instituiu o novo modelo de tratamento aos portadores de transtornos mentais. O modelo tem como equipamento centros especializados, os centros de atenção psicossocial (CAPS). CAPS I e CAPS II que realiza atendimento a toda as idades, CAPS III que funciona 24 horas, serviços residenciais terapêuticos, CAPSi para crianças e adolescentes, CAPS AD especializado em dependentes químicos, centro de convivência cultural e programa de volta para casa. Estas estruturas garantem o direito a um atendimento especializado e a inserção na sociedade que acontece através do acolhimento realizado na unidade pelo enfermeiro que atua na promoção da saúde, envolve o cliente nas oficinas recreativas, promove interação com a sociedade e a família, realiza visitas domiciliar e controle de medicamentos. Cabe ao enfermeiro esclarecer a população que o transtorno mental é uma doença e que a pessoa acometida necessita de tratamento. Faz-se necessário investimento econômico e político em programas e ações que defendam a desinstitucionalização e um cuidado ampliado, onde a enfermagem deve ter empatia e garantir a sua reinserção na sociedade. Ao enfermeiro é dado a responsabilidade de realizar uma compreensão do estado mental do cliente onde ele enfrenta situações como agressão, euforia e atos de histeria por parte do cliente. Por todas as situações enfrentadas pelo enfermeiro, exige deste profissional uma boa preparação psicológica e medidas que ajudem os clientes a progressão do tratamento e inserção no meio social.
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